Filipe Nyusi Rejeita Propostas da Comunidade Muçulmana para Resolver Tensão Pós-Eleitoral
O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, rejeitou as novas propostas apresentadas pela Comunidade Muçulmana para ajudar a resolver a actual tensão política no país, em especial após os protestos pós-eleitorais que surgiram em outubro de 2024.
As informações foram reveladas por Maulana Nazir Lunat, um dos principais teólogos da comunidade, que participou de uma conversa com o Chefe de Estado no contexto de esforços para dialogar e encontrar soluções para o impasse político. O encontro teve como objetivo buscar alternativas de importação para encerrar as manifestações e garantir a estabilidade do país.
Rejeição das Propostas
Maulana Nazir, em uma sessão virtual sobre juventude, religião e política, revelou que as propostas feitas à Presidência foram simplesmente recusadas. Embora tenha afirmado que os detalhes das sugestões são proporcionais, ele expressou frustração pela falta de abertura por parte de Nyusi.
"Tentei apresentar novas soluções para o Presidente, na esperança de que ele considere algumas delas. No entanto, ele rejeitou todas as opções. Não posso revelar os detalhes das propostas, pois são questões específicas", explicou o Maulana.
A Violência e a Possibilidade de Golpe de Estado
Em sua fala, Nazir também destacou que a violência não traria nenhum benefício para o processo de reconciliação e sugeriu que as lideranças envolvidas na compreensão para os sinais de mudança no cenário político global, que poderiam refletir em Moçambique. Ele ainda alertou para a possibilidade de um golpe de estado, enfatizando que essa continua sendo uma possibilidade em aberto devido à crescente insatisfação popular.
"A violência nunca será uma solução. O Alcorão diz que a única saída é o diálogo, sentar à mesa e resolver as questões pacificamente. A situação está se agravando, e a possibilidade de um golpe de estado ainda é algo real", acrescentou o teólogo .
Mudanças na Frelimo e Cenário Internacional
Além disso, Nazir comentou sobre o recebimento de mudanças políticas no cenário internacional, apontando que muitas organizações estrangeiras já estão acostumadas com o governo da Frelimo, partido que tem estado no poder desde a independência de Moçambique. Para ele, a situação política atual é distinta daquela da Frelimo das décadas passadas, indicando que a liderança atual tem características mais elitistas.
"A Frelimo de hoje não é a mesma de antes. A Frelimo antiga tinha uma mentalidade mais nacionalista. Agora, estamos lidando com uma Frelimo das elites, que não é os mesmos poderes que os internacionais conhecem", comentou Nazir.
Com as políticas para continuar a aumentar, a recusa das propostas da Presidência deixa a população em expectativa sobre os próximos passos para garantir a paz e a estabilidade em Moçambique.
