Munícipes transformam ruas de Maputo em depósito de lixo como forma de protesto
Fonte: Cidade Alerta 24h
A capital do país enfrenta uma situação alarmante: as ruas de Maputo estão sendo transformadas em depósitos de lixo por seus residentes, como forma de pressão para que as autoridades municipais removam os resíduos acumulados.
A crise, que já dura dias, é mais evidente nos bairros periféricos dos distritos municipais de KaMubukwana, KaMaxaquene, KaMavota e KaLhamankulo, onde montanhas de resíduos sólidos dominam o cenário urbano. A ausência de viaturas do Conselho Municipal para a recolha regular de lixo motivou a população a despejar os resíduos em estradas, instalações municipais e até nas agências da Electricidade de Moçambique (EDM), que é responsável pela cobrança da taxa de lixo.
Na última sexta-feira, moradores do bairro George Dimitrov chegaram a bloquear a circulação de veículos ao amontoar resíduos no meio da estrada. Atos semelhantes foram registrados nos bairros KaMaxaquene e Jardim, onde o lixo foi depositado nas instalações da EDM, como uma clara demonstração de insatisfação.
João Munguambe, vereador de Infraestruturas e Salubridade, reconheceu o agravamento do problema e explicou que as dificuldades na remoção de lixo são consequência das manifestações em curso desde outubro, que reduziram significativamente a capacidade operacional. Segundo ele, Maputo produz entre 1.200 e 1.300 toneladas de resíduos por dia, além de outros milhões de quilos acumulados durante as paralisações.
A edilidade afirma estar em negociações com parceiros para garantir meios adicionais e acelerar o processo de recolha, mas ainda solicita paciência por parte dos munícipes, prometendo normalizar a situação dentro de uma semana.
Enquanto isso, a pressão popular não dá sinais de arrefecer, e o lixo nas ruas continua a comprometer a saúde pública e o bem-estar da população.